quinta-feira, 9 de junho de 2011

Será que existe uma forma alienígena de pensar?


Vai realizar-se uma conferência internacional de Filosofia da Mente, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, na próxima segunda e terça feira (12 e 13 de Junho), em que se reflectirá em torno destas questões interessantíssimas, que já ocuparam Descartes, Kant ou Wittgenstein e que continuam a ocupar filósofos contemporâneos, numa das mais promissoras áreas da filosofia hoje:

Será que existirão outras formas de pensar diferentes da humana -- alienígenas, portanto? Será a nossa uma entre outras formas de pensar? Ou será que a humana é a forma de pensar por definição?

Sempre podem dar lá um pulo... para aguçar o apetite para a preparação dos vossos exames de Biologia/Geologia e Física/Química!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Será a astrologia uma ciência? E a filosofia?

Relativamente à Quaestio de 6-5-2011, eis a que considero a melhor resposta, sobretudo, por estar muito bem argumentada:
«Para a resposta a esta Quaestio é fundamental a recorrência a três conjuntos de linhas gerais em que um defina a Astrologia, outro a ciência e por fim outro a Filosofia. Será esta a ordem de discursiva seguida.
De acordo com o site online Wikipedia a Astrologia é um estudo que tenta deduzir informação acerca das relações humanas, das características psicológicas de cada um e outros assuntos mundanos através das posições relativas dos astros. Conclui pois esta fonte que a Astrologia é uma arte divinatória.
A ciência, segundo o site online Crítica na Rede, é uma designação de que se faz uso para agrupar as ciências formais e as empíricas. As principais ciências formais, assim denominadas pelo facto de não haver existência concreta dos seus objectos de estudo, são a matemática e a lógica. As ciências empíricas são aquelas que estudam os fenómenos naturais e sociais com base na experiência. O fim a que estas ciências se propõem é descortinar e fornecer uma explicação acerca dos padrões e regularidades de tais fenómenos, fazendo uma enunciação rigorosa sob a forma de leis. As leis verdadeiramente científicas instituem generalizações consolidadas acerca dos fenómenos que descrevem, permitem a realização de previsões precisas e são passíveis de ser testadas.
Hipoteticamente assumamos que a Astrologia é uma ciência. Questão: A Astrologia é uma ciência formal ou empírica? Como a Astrologia trata de assuntos sociais, faz crer deduzir respostas através dos astros então é uma ciência empírica. Se a Astrologia for uma ciência será uma ciência empírica. “Será a Astrologia uma ciência?”. Respondendo à primeira pergunta de Quaestio que agora citei, utilizando um argumento formal, o modus tollens, fazendo uso de uma ciência formal, a Lógica, diria: Se a Astrologia for uma ciência terá que ser como as ciências empíricas, que fazem uma enunciação rigorosa sob a forma de leis, sendo as leis verdadeiramente científicas aquelas que instituem generalizações consolidadas acerca dos fenómenos que descrevem, permitem a realização de previsões precisas e são passíveis de ser testadas. Ora a Astrologia não fornece generalizações consolidadas acerca dos fenómenos, nem estas podem ser testadas nem possibilita a realização de previsões precisas. Logo a Astrologia não é uma ciência. Na verdade aparenta ser, sendo por isso denominada de pseudociência. Um dos factores que demonstra a não inclusão da Astrologia no ramo científico é o seu método, sendo esta a razão que justifica as minhas afirmações na segunda premissa do argumento apresentado. O método científico consiste em observação e experimentação, ou seja a ciência é um conhecimento planeado, construído e não dado ao acaso. A Astrologia não faz qualquer tipo de experimentação nem sequer é planeada, ou seja, é tudo aquilo que a ciência não é: é dada ao acaso, consiste na adivinhação.
Passando à segunda parta desta reflexão cito o já referenciado site online Crítica na Rede que descreve a Filosofia como “o estudo dos problemas de carácter mais geral e conceptual que afectam o nosso pensamento científico, religioso, artístico e quotidiano, para os quais não há respostas científicas.”. Logo pela definição é notória que a Filosofia não é uma ciência. Mas façamos como se fez na abordagem à Astrologia: a Filosofia é uma ciência, que tipo de ciência é? Na verdade, a resposta seria que a Filosofia é uma ciência formal e empírica, pois os temas tratados são congéneres a estes dois tipos de ciência, a diferença consiste na abordagem, ou seja, no método que se usa e no fim a que se propõe. Segundo a Crítica na Rede a Filosofia tem como método a discussão racional de argumentos, significando isto que não há realmente métodos formais nem científicos de prova como nas ciências. Na Filosofia o possível de ser feito é cogitar o mais correcta e precisamente, procurando deste modo soluções adequadas. Ou seja, são notórias as diferenças entre os métodos, as definições e os objectos aqui estudados pelo que se conclui que a Filosofia não é uma ciência, embora seja usada por esta.
Embora já respondidas as três questões propostas para esta reflexão, surge-me uma outra que sinto necessidade de responder: se a Filosofia não é uma ciência, então o que é? No meu ponto de vista a Filosofia é a arte dos apaixonados pela verdade, dos insatisfeitos com a simples existência e dos renegados da banalidade.»
André Ferreira 11.ºD

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O verificacionismo

«(…) Um regresso ao empirismo (…) começou a dominar a filosofia britânica antes da Primeira Guerra Mundial, sob a influência principal de dois celebrados filósofos de Cambridge – G. E. Moore e Bertrand Russell.
O primeiro tópico que ocupou a atenção [dos filósofos] na segunda metade dos anos 30 foi a natureza do significado – a sua relação com a verdade e a falsidade, o conhecimento e a opinião e, em particular, o teste de significado em termos de verificabilidade das proposições nas quais foi expresso. O impulso para este tema proveio dos membros da Escola de Viena, eles próprios discípulos de Russell e altamente influenciados por pensadores como Carnap, Wittgenstein e Schlick. A perspectiva comum era a de que o significado de uma proposição é a maneira como ela é verificável – se não existir qualquer modo de verificar aquilo que foi dito, tal não será um enunciado capaz de verdade ou falsidade, não será factual, e, por isso, não terá significado, ou então será visto como um caso de um outro uso da linguagem, tal como se vê nas ordens ou expressões de desejo ou na literatura imaginativa ou noutras formas de expressão que não estão directamente relacionadas com a verdade empírica.»
Isaiah Berlin, “My intellectual Path” in The First and the Last (New York: New York Review of Books, 1999) 25-7. (Tradução ad hoc.)

Rir e pensar

No seu livro Os Problemas da Filosofia, Bertrand Russell ilustra de forma irónica, tipicamente britânica, o problema da indução. Pede-nos que imaginemos um peru a quem o agricultor dá todos os dias de comer. O peru acostuma-se a isso e, cada vez que vê aparecer o agricultor, espera receber a sua ração diária. Suponhamos que o peru é um bom indutivista e não quer precipitar-se nas suas conclusões. Dedica-se, portanto, a recolher pacientemente dados sobre o assunto que mais lhe interessa – a hora da refeição. Finalmente, face à regularidade com que sucedem os fenómenos, o peru acaba por inferir que sempre que aparece o agricultor recebe a sua ração de alimentos.

Estamos no Dia de Acção de Graças e o peru pavoneia-se de contente com a sua descoberta. Não imagina, porém, que, nesse dia, o agricultor que esteve a alimentá-lo até então, em vez de he dar de comer, lhe torcerá o pescoço, metê-lo-á no forno e o comerá!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Rir e pensar

David Hume defendeu o empirismo (apenas é fiável a informação que nos chega através dos sentidos), mas propôs-se corrigi-lo na vida quotidiana com uma boa dose de bom senso, o qual, seguramente, o evitou de cair no ridículo em mais de uma ocasião, diferentemente do protagonista desta anedota clássica:
Um empirista visitava uma quinta em companhia de amigos, quando um deles, ao ver um rebanho de ovelhas sem lã, comentou:
– Vê-se que as ovelhas acabam de ser tosquiadas.
Ao que o empirista, fiel aos seus princípios gnoseológicos, acrescentou:
– Deste lado, parece que sim.

terça-feira, 22 de março de 2011

O valor da filosofia

«Viver sem filosofar é propriamente como ter os olhos fechados sem nunca se esforçar por abri-los; e o prazer de ver todas as coisas que a nossa vista descobre não é comparável à satisfação que dá o conhecimento daquelas coisas que se descobrem por meio da Filosofia. E este estudo é mais necessário para regular os nossos costumes e nos orientarmos nesta vida do que o uso dos nossos olhos para guiar os nossos passos. Os animais, que só têm que preocupar-se com a conservação do seu corpo, ocupam-se continuamente a procurar com que alimentá-lo; mas os homens, cuja parte principal é o espírito, devem empregar os seus principais cuidados na investigação da Sabedoria, que é o seu verdadeiro alimento; e eu estou seguro que há muitos que o conseguiriam se tivessem esperança de êxito e se soubessem como são capazes de o alcançar.»
René Descartes, Princípios da Filosofia Primeira, trad. port. Leonel Ribeiro dos Santos (Lisboa: Presença, 2.ª ed, 1998) “Prefácio”, 33.

Rir e pensar...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Lugar à poesia

O Homem

O animal nasce,
O Homem faz-se
E tão depressa desfaz-se,
Que os resquícios da passagem,
Erodidos pela bagagem
Pesada do animal,
Trazem a maldição.
Procuram algo altruísta,
Venerando do egoísta
Sua sorte e coragem,
Querendo não outro ser
Senão aquele que há-de ver
A fúria nas suas mãos,
Partilhando com os irmãos
O fútil que já não quer,
Não vendo que tal gesto dele
Só mostra o quão cruel
A sua partilha é.

(André 11.º D)

Fora de série (1)

«Penso que vivemos [sob o efeito de sombras, aparências ou ilusões], muito por culpa dos avanços tecnológicos, da insatisfação intrínseca que o Homem possui em não se contentar com o que tem e querer sempre ser melhor que os outros e também pela passividade mental a que nos sujeitamos, deixando cair a nossa mente num fleumatismo doentio que se torna companheiro vital de tanto ser requisitado.

Na minha opinião, há três factores que contribuem de forma colossal para visionamentos boicotados: a religião, a política e a publicidade. A religião foi criada pelos medos humanos relacionados os procedentes do término vital e é este o principal motivo de manipulação usado pelos pseudo-mensageiros da mensagem divina. A política utiliza o que se pode chamar um sofisticado sistema retórico que possui um elevado sucesso pois torna-se muito credível face às divergências encontradas entre os discursos e as acções. A publicidade torna-se cada vez mais um meio de divulgação enganosa que é feita com pormenores pensados para iludir e convencer.

A religião cristã, falo apenas desta por não conhecer costumes de outras, tem um hábito que vai condiciona um ser humano antes deste o ser. Uma vez escrevi um poema intitulado “O Homem” que começa da seguinte forma: “O animal nasce,/o Homem faz-se”, ou seja, nós nascemos animais e somos formados seres humanos através da educação e da vivência em sociedade e do meu ponto de vista não se pode adquirir requisitos suficientes para tal estatuto na idade com que as crianças são baptizadas, quando elas dão o seu primeiro inconsciente e imemorável passo na família de Deus, por isso digo que estas são condicionadas antes de serem humanas. Como não bastasse já, muitas destas crianças seguem o seu caminho na peregrinação para a ascensão ao Céu através da catequese onde aprendem a acreditar num Deus. A religião utiliza uma presença divina e um medo pelo desconhecido com que levam mentes passivas a uma vida dedicada ao Senhor fazendo com que estas não vejam para além daquilo a que se submeteram.

A política com o seu sistema retórico acaba por ser algo que até os próprios actores ludibria, ou seja, muitas vezes os ditos políticos não passam de seguidores que não fazem a mínima ideia dos ideais que defendem, o que torna os sistemas políticos hodiernos muito híbridos ao ponto de ser difícil de discernir o tipo de política praticado. Na política as pessoas são levadas a acreditar, excepto aquelas que já possuem uma capacidade natural de devoção a um partido pois estas já acreditam em tudo o que for feito, em cenários muitas vezes impossíveis e raramente materializados. O interessante é que isto já acontece há muitos anos e continua a dar resultados, ou seja, existe uma obscuridade mental tal que não há força para sequer se procurar a claridade.

A publicidade torna-se talvez o método que mais afecta as pessoas pois é onde o tiroteio é maior e porque actua nos aspectos animais de um indivíduo e leva-o a esquecer-se da sua parte racional, ou seja, conduz ao fleumatismo mental supracitado.

Todas estas formas de manipular a mente humana são obstruções e limitações que nos impedem de visualizar com clareza. O interessante é que é o Homem que atraiçoa a visão humana, ou seja, somos traídos e vendados por nós e por outros como nós e nós também traímos e vendamos e isto já ascendeu a um patamar em que é difícil não se ser alvo de nenhuma destas balas.

(…) O Homem evolui e traça o seu próprio destino, estando muitas vezes a evolução associada à negridão negativamente evolutiva das visões que vão surgindo. Foi na tentativa de fugir a ideias já formados e muitos deles deformados que surgiu a arte de livremente pensar e de procurar caminhos e visões: Filosofia.»

(André 11.º D)

Fora de série (2)

«Independentemente da fonte dos estímulos, eles chegam-nos ao cérebro através de impulsos depois de "sentidos" pelos sentidos. O que é a realidade? No meu ponto de vista, a realidade é o conjunto de todos os impulsos que recebemos e percepcionamos através dos sentidos. No caso dos humanos, conseguimos percepcionar cinco realidades que são os cinco sentidos. A realidade é partilhada pelos indivíduos que partilham os mesmos sentidos. Quanto maior a nossa afinidade para esse sentido, maior é a nossa noção dessa realidade. Por exemplo, partilhamos uma realidade com o cão, já que ambos nos podemos ver, ouvir, sentir, cheirar e até provar. No entanto, o cão tem muitas mais aptidões olfactivas do que visuais, pelo que vislumbra melhor essa realidade.

É um conceito um pouco complexo, pois leva a um problema. Então se nós, por exemplo, não conseguimos ver a radiação emitida na zona infravermelha (apenas temos receptores visuais para a radiação visível) supostamente não devíamos estar nessa realidade. No entanto, emitimos radiação infravermelha e um animal (como o morcego, penso) que tenha sensores para ver infravermelhos vê-nos nessa realidade, apesar de não fazermos parte dela.

Então, fazemos ou não fazemos parte dessa realidade? É muito simples. Partindo deste conceito a realidade é subjectiva, relativa aos estímulos recebidos por cada um e pode ou não ser partilhada. Por exemplo, o golfinho através do sonar (som) cria mentalmente uma visão do fundo marinho, que provavelmente iria ser idêntica à nossa se o pudéssemos iluminar. Um objecto pode então ser real ou inexistente, dependendo dos sensores de realidade do indivíduo.

Como seres humanos, com inteligência exclusiva na Terra, penso que poderíamos definir realidade como tudo aquilo que nós humanos poderemos percepcionar através dos sentidos, criando uma super realidade comum. Et voilá! Nasceu o conhecimento! Assumindo tudo o que os nossos sentidos percepcionam como parte da realidade, então tudo o que nos chega ao cérebro é informação, é conhecimento da realidade. Sendo assim, quando vemos uma imagem que por ilusão óptica mexe, devemos admitir, como real, o facto de ela se mexer. E quem pode contra-argumentar que ela não mexe, se os meus olhos constataram esse facto? Os outros quatro sentidos! Por isso, lhe chamei super realidade, os cinco sentidos humanos agem em convergência: se a visão diz que não, mas os outros quatro me dizem o contrário, então devo admitir que de facto a imagem não se mexeu.

Pondo isto desta forma, posso dar a certeza que esta realidade existe, pois estou a constatá-la, e mesmo que toda esta realidade seja apenas uma sombra na caverna ou um software de computador, ninguém tem o poder de dizer que é menos real que outra qualquer realidade.»

(João Morais 11ºD)

Comentários escolhidos

1.
«Sim podemos estar a viver, hoje, sob o efeito de sombras ou aparências, como as que se refere Platão na “Alegoria da Caverna”, ou de ilusões, análogas às provocadas pelo supercomputador no filme “The Matrix”. Sobretudo por três aspectos que eu acho que são aqueles que nos influenciam, as ditas “sombras” são: a retórica, a publicidade e a sociedade em que vivemos.

Irei começar pela sociedade que é uma influência derivada dos pensamentos das pessoas, ou seja, vivemos hoje numa sociedade materialista que dá muito valor ao dinheiro e à aquisição de bens. Se formos ver uma tribo de hindus o mais essencial não é o dinheiro mas sim o espírito de entreajuda e não possuir bens. Nós somos bastante influenciados por esta sociedade. Sejamos francos: quem não gostaria de ter um Ferrari, uma mansão, um iate, um avião privado, resumindo, ser rico. Mas será que isto é que nos trará a felicidade a longo prazo e não instantânea? Estamos a ser ignorantes sabendo que a verdade, ou seja, que o mais importante não é o dinheiro mas sim o amor, amizade e a entreajuda.

Vamos agora à publicidade que é um óptimo exemplo de manipulação das pessoas. A publicidade influencia muitas pessoas, porque apela aos sentimentos, ou seja, ao Pathos, o que leva muitas vezes as pessoas a adquirir o produto que está a ser publicitado. Mas de quem é a culpa deste engano: das pessoas ou dos publicitadores? A culpa é dos dois, pois os publicitadores têm que apresentar a publicidade, mas sem manipular as mentes das pessoas. Por outro lado, os consumidores também têm culpa, pois têm que ser espertos o suficiente para ver o que é bom, se estão ou não a ser manipulados e a serem críticos em relação ao que vêem. Pois a publicidade ilude o consumidor e leva o auditório/consumidores a aceitar sem questionar a publicidade. Ainda existem os argumentos de autoridade, que se inserem muitas vezes nas publicidades, ou seja, o Ethos. Por exemplo, numa publicidade do banco BES, aparece o Cristiano Ronaldo, jogador de futebol, e ainda ouço dizer “se está lá o Cristiano Ronaldo é porque é verdade que é bom”. Estas pessoas são ignorantes por quererem. Para já ele não é um entendido da matéria e ainda possivelmente ele nem conta tem lá no banco, só o puseram lá na publicidade para atrair a atenção por ele ser famoso, não por perceber de bancos.

Agora o elemento mais poderoso em termos de nos criar as ditas “sombras” é a retórica. É um mundo que nos envolve a mente com persuasões e manipulações, que nos fazem quebrar muitas vezes para as teses apresentadas. Mas atenção, há dois tipos de retórica: a retórica com um bom uso ético e um mau uso ético. O bom uso ético é: convence com boas razões; é considerada uma retórica “branca”, ou seja, no fundo, como base, utiliza as razões, ou seja, o Logos. Enquanto a retórica não ética, no fundo, como vimos na publicidade, o seu intuito é manipular, quer iludir e levar a aceitar uma tese e fá-lo baseando-se, sobretudo, no Pathos e no Ethos. Mas atenção não estou a discriminar a retórica, acho a retórica formidável e muito poderosa, mas deve ser usada com moderação e que tenha como base boas razões. Na antiga Grécia utilizavam a retórica com a utilidade de discutirem de forma ética não com intenção de manipular, mas sim convencer com base nas boas razões.

Portanto, acho que somos influenciados por “sombras” tal como apresentei na minha tese. Mas nós, ser humano, ser intelectual com capacidade de pensar, temos que muitas vezes desprender-nos e sair do nosso círculo, pois fora dele está a verdadeira verdade/conhecimento. Porém, há quem queira ficar ignorante para sempre no interior do círculo. É uma escolha. Mas quererá essa pessoa ser ignorante toda a vida?»
(Ivan Morais 11ºE)

2.
«Os conceitos aparência e realidade são o contrário um do outro. No entanto, apenas uma pequena barreira os separa. Daí que seja difícil distingui-los.

Admitimos que este mundo, o mundo em que vivemos é a realidade. E porquê? Porque simplesmente é o que parece. Mas afinal é ou parece que é? Esta é a grande dúvida. É ela que nos faz sair do estado de ignorância. É ela que nos abre a porta para o caminho da verdade. Pois, se nunca questionarmos nunca saberemos a verdade.

Então, como poderemos saber se vivemos num mundo real ou num mundo ilusório? Se tudo não passar de uma ilusão, nós não teremos percepção disso. Os nossos sentidos estariam a enganar-nos e a dar-nos a ideia de que se tratava da realidade. Assim, teria de existir uma entidade superior capaz de nos controlar, de tal forma, que nos fizesse acreditar que a ilusão era real.

Na minha opinião, esta hipótese é bastante plausível. Pois, quantas vezes nos acontece estarmos a sonhar e pensarmos que se trata de uma situação real? Inúmeras vezes, de facto. Então, poderemos estar a viver numa espécie de sonho permanente. Esta hipótese parece ser bastante radical, mas poderá ser verdade.
Deste modo, penso que é possível que estejamos a viver sob o efeito de sombras ou aparências como Platão refere na “Alegoria da Caverna” ou de ilusões semelhantes às que o supercomputador gera no filme “The Matrix”.»
(Ana Luísa 11.º A)

3.
«A nossa consciência é um pequeno pau a boiar num oceano da inconsciência.»

«[O filme “The Matrix” e a “alegoria da caverna”] de Platão faz-nos pensar e bem... e nós começamos a escavar um buraco para tentar chegar ao ouro...ao conhecimento...à verdade...à liberdade.»
(Mikael, 11.º A)

4. 
«O ser humano na sua vida deve pensar em perguntas como “o que é o conhecimento?” e “será que estamos a ser controlados nas nossas acções e que isto tudo não passa de uma grande ilusão?”, mesmo que não seja possível obter respostas concretas, porque assim, mesmo que nunca soubermos a resposta, sabemos que não nos contentamos em viver permanentemente num estado de ignorância.»
(Luís 11.º A)

5.
«Também hoje em dia, tal como no filme [“The Matrix”] e na alegoria [da caverna], todos nós vivemos numa suposta realidade que nunca questionamos e que nos é imposta através da retórica sem sequer darmos por isso, pois não pensamos nem no que é a realidade nem naquelas realidades que nos são "impingidas". Estas realidades ilusórias são-nos transmitidas através de toda a sociedade idealista, da televisão, da internet e de tudo aquilo que utiliza retórica para entrar em contacto connosco.

Concluindo: também nós, tal como os prisioneiros da caverna e a humanidade retida no “matrix”, estamos a viver uma realidade ilusória, construída de ilusões, crenças e paixões, que nos é transmitida pela sociedade e meios de comunicação através da retórica.»
(Ana Rafaela 11ºC nº2)

6.
«Se pensarmos, quantas pessoas, quantas mentes brilhantes chegam a morrer sem nunca se terem questionado, sem nunca terem procurado o conhecimento, sem terem contemplado a realidade? E quantos de nós, se nunca passássemos agora pela escola, se não tivéssemos Filosofia, quantos de nós morríamos sem nunca termos sequer pensado que aquilo que estamos a viver pode ser apenas uma ilusão?
Mas quem tem a possibilidade de sair deste mundo de aparências, de descobrir afinal o que é a realidade, de questionar aquilo que até agora toma como certo? Esta libertação não é possível sem existir o conhecimento, pois é a busca deste que permite que os seres humanos se libertem do mundo ilusório, de um mundo que está preso à ignorância.»
(Ana Rita 11.º D)

7.
«Como alguém disse: "nascemos na prisão e libertamo-nos quando adquirimos a verdade", o problema consiste em saber se algum dia nos vamos chegar a libertar, porque num mundo de facilitismos, penso que encontrar a verdade e descobrir o que de facto é real e verdadeiro não nos interessa ou não nos convém.

Uma coisa que eu considero que também nos ilude um pouco e ao qual somos muito ligados, não por querermos mas sim porque somos quase que obrigados, é a publicidade e a televisão em si, que nos transportam para um mundo que não é o nosso, onde tudo de bom acontece, e as coisas aparecem sempre bem feitas, quando na realidade os finais (quase) nunca são felizes.

Acho também que nós passámos a vida inteira aprisionados a todas as ideias pré-feitas, a mitos e coisas do género que nos impedem de ver a realidade, ficamos aprisionados à comodidade e uma felicidade momentânea que é muito mais simples de ser conseguida o que também nos remete para as sombras.
(…)
Portanto, penso, obviamente, que estamos presos a ilusões e sombras como sempre estaremos: o ser humano é um ser comodista e enquanto assim for o Matrix e a Alegoria da Caverna vão servir para explicar na perfeição a condição humana perante o conhecimento.»
(Patrícia 11.º D)

8.
«Não podemos afirmar que aquilo que sabemos, ou seja as nossas crenças, seja realidade, pois neste momento eu posso estar a ser controlado por um supercomputador, em que fui programado para dever fazer o que o professor de filosofia me mandou, sendo este também programado, para me mandar fazer este trabalho. Se eu quiser posso não fazer o trabalho de filosofia, mas se não o fizer não tenho culpa, pois fui programado por este tal supercomputador, acarretando depois com as consequências que ele me impôs, como por exemplo o professor de filosofia dar-me uma má nota, ou podendo também ocorrer o contrário em que o professor de filosofia me daria uma alta nota, pois foi programado para isso. Se calhar na realidade dele, no que ele sentia, ele não sabia que estava programado, mas poderia por exemplo ter uma certa pena de mim, dando-me assim uma alta nota, e ao mesmo tempo ele e eu sermos iludidos por o supercomputador, e acreditarmos que aquilo era a realidade, pois o sentimento de “pena” na verdade existe, se é que existe a verdade.»
(Paulo Alvadia 11.º D)

9.
«Sim, porque se nós estivéssemos realmente a ser controlados por um "supercomputador" (como o do Matrix) ou qualquer outra coisa com a mesma função, tudo aquilo que descobrimos até hoje seria porque essa coisa queria que nós descobríssemos, e se nós até hoje nunca encontramos nada que provasse que somos controlados por um ser/coisa superior, seria porque ela não queria que nós soubéssemos. Nunca podemos ter nada como certo por muito que o mundo em que vivemos nos pareça 100% real.

Será que se estivéssemos a ser controlados o mundo não nos parecia 100% real à mesma? E para esta questão não vale uma resposta como: ninguém nos controla porque sou eu que decido o que faço ou ninguém nos controla, porque nunca vi nada em contrário. A pergunta é se é possível, e neste mundo tudo é possível, porque se é possível um computador controlar-te através dos impulsos eléctricos do cérebro, então também e possível que as ideias que te chegam ao cérebro não sejam tuas, então também é possível que vivas num mundo de ilusões, também é possível que a terra não exista, que não passes apenas de dados de um jogo de computador em que o jogador decide aquilo que tu vais fazer. A verdade é que tudo é possível, e tanto agora podemos ser uma espécie muito avançada e o único planeta com vida, como um dos muitos mundos no universo e sermos marionetas de um outro. Então aí veríamos que tudo aquilo que "nós" (maioria) entendemos como real, seria apenas um monte de feno que alguém nos pôs a frente e nós, feitos burros, comemos.»
(Júlio Reis 11ºD)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mais sobre o desafio do cepticismo

Para saberes mais sobre o desafio lançado pelo cepticismo à filosofia do conhecimento, designadamente sobre a tentativa de superação de Descartes, lê este texto, de muito fácil compreensão, de Janice Thomas (retirado de Elizabeth Burns e Stephen Law (org.), Philosophy for AS and A2 (Londres: Routledge, 2004) .

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A dúvida cartesiana

Será a (uma certa) filosofia um entrave ao conhecimento?

«Em geral, inclino-me a pensar que a maior parte, senão a totalidade, das dificuldades a que até agora os filósofos têm achado graça, e que bloquearam o acesso ao conhecimento, se devem inteiramente a nós mesmos — primeiro levantamos a poeira e depois queixamo-nos que não conseguimos ver.»

Berkeley, Princípios do Conhecimento Humano (1710) Introdução, § 3.

A priori / a posteriori


Para os conceitos "a priori" / "a posteriori" e "analítico" / "sintético" consulta aqui.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Rir e pensar

«Is it hard to do philosophy?
It's murder, absolutely. I compare it ... if you really want to know how to do it, you get up in the morning, there's a large brick wall and you run your head against that brick wall. And you keep doing that every day until eventually you make a hole in the wall. That's what it feels like.» (John Searle)
In John Searle Interview: Conversations with History; Institute of International Studies, UC Berkeley, http://globetrotter.berkeley.edu/people/Searle/searle-con2.html

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O que é a felicidade? (Em directo.)



«Valorizamos a felicidade por si mesma e não apenas por ser instrumental. Mas o próprio conceito de felicidade esconde algumas armadilhas. Uma concepção subjectivista da felicidade considera que na felicidade só conta o que uma pessoa sente, interiormente, sendo irrelevante a origem do que a faz sentir-se feliz. Isto é implausível, porque, a ser verdadeira, significaria que seria para nós irrelevante se a fonte da nossa felicidade é a realidade ou uma fantasia. Mas isto não é irrelevante para nós: se uma fonte importante da minha felicidade é a amizade dos meus amigos, é para mim muitíssimo relevante se a amizade deles é genuína ou fingida.
Outra concepção implausível da felicidade é crer que se trata de algo que podemos fazer. Pelo contrário, a felicidade é algo que resulta de muitas actividades a que nos dedicamos, mas não é em si algo que possamos fazer. Porque não é algo que possamos fazer, é também implausível uma terceira ideia comum sobre a felicidade: que é algo que se pode obter fazendo algo momentoso especial, findo o qual ficamos felizes – mais ou menos como alguém que, depois de muito esforço, ganha uma medalha. (…)
A felicidade é um valor fundamental para todos nós, mas não se pode ser feliz visando a felicidade. É-se feliz cultivando-se actividades de valor e alargando a compreensão dos nossos talentos e limites. É-se feliz acrescentando valor ao mundo e apreciando o valor que encontramos no mundo. Mas isto não se faz senão fazendo coisas muito diversas – essas coisas banais que todos fazemos todos os dias e que incluem ser médico e curar pessoas, ou ser escritor e contar histórias, ou ser pai, mãe, filho ou amante carinhoso, ou cozinheiro de talento, ou professor paciente. Entregarmo-nos a actividades de valor é uma condição necessária para a nossa felicidade e há muitas actividades de valor. A verdadeira dificuldade é evitar atribuir valor ao que o não tem e não dar suficiente valor ao que o tem. Mas isso é algo que só aprendemos com a experiência, a reflexão e o estudo. Não há receitas mágicas.
Outra ilusão a evitar quando se reflecte sobre a felicidade é esquecermo-nos de quem realmente somos: mamíferos com certas peculiaridades, e ao mesmo tempo seres cognitivamente sofisticados. Nem deuses, nem bestas – mas um pouco de ambos, num certo sentido. Isto significa que vidas que privilegiem apenas as nossas preferências de mamíferos – a alimentação e o sexo, por exemplo – ou que privilegiem as nossas preferências cognitivas – o estudo e o conhecimento – terão poucas probabilidades de serem realmente compensadoras. Os seres humanos são tão incapazes de uma vida realizada vivendo como porcos como são vivendo como deuses. Daqui conclui-se que a ânsia de imortalidade, que está provavelmente no cerne do impulso religioso de algumas pessoas, pode ser uma tremenda ilusão: sendo nos o que somos – e somos seres intrinsecamente temporais – uma existência sem fim ou atemporal poderá parecer uma promessa paradisíaca, mas é bem mais razoável crer que será, na verdade, diabólica.
Precisamos de ser judiciosos na descoberta do valor, e isto implica dar uma grande atenção à realidade do que somos. Mas como sabemos o que é a realidade? Não será tudo mera aparência?»
Desidério Murcho, A Filosofia em Directo (Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2011) 61-2.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Quaestio

Poderemos estar a viver, hoje, sob o efeito de sombras ou aparências, como as que se refere Platão na “Alegoria da Caverna”, ou de ilusões, análogas às provocadas pelo supercomputador no filme “The Matrix”? Porquê?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pequeno acontecimento editorial

Vem amanhã a acompanhar o Jornal Público, Filosofia em Directo, de Desidério Murcho, uma pequena obra de divulgação da filosofia. A Fundação Francisco Manuel dos Santos, que a edita, tem publicado um conjunto de pequenas obras, que pretendem ser sínteses essenciais, em várias áreas do conhecimento e da acção, para ajudar o grande público a melhor compreender Portugal (uma das que saiu entretanto foi A Ciência em Portugal, do conceituado físico português Carlos Fiolhais).

Foi entregue ao filósofo Desidério Murcho, professor na Universidade Federal de Ouro Preto, no Brasil, a tarefa de trazer ao grande público o essencial sobre a filosofia. A ideia é «fazer o leitor assistir em directo, pela força do exemplo e sem mediações históricas nem academismos, ao raciocínio filosófico intenso» (p.12). Consequentemente, trata-se de convencer as pessoas de que ter “umas tintas de filosofia”, na expressão do britânico Bertrand Russell, é importantíssimo para uma vida verdadeiramente humana e até mesmo útil para uma vida bem sucedida numa era cada vez mais exigente: «Ter uma formação elementar em filosofia é importante porque nos ensina a pensar melhor sobre problemas de tal modo complexos que a tentação é desistir de tentar resolvê-los» (p.11). Estilo fácil e atraente, embora sem perder o rigor e a contundência do pensamento filosófico, Filosofia em Directo promete ser uma deliciosa introdução à filosofia e ao filosofar, percorrendo, entre outros, tópicos como democracia, liberdade, valor, sentido, realidade, raciocínio e verdade.
Membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia, Desidério Murcho é autor de várias obras, designadamente sobre o ensino da filosofia, escreve crónicas na imprensa e dirige a revista Crítica. Com raras excepções, em Portugal não abundam títulos deste género assinados por autores portugueses e o país real vive ainda sob o jugo de infundadas ideias feitas sobre o que seja a filosofia e pesados preconceitos sobre a sua utilidade. Por isso, apesar de pequeno, é um acontecimento editorial, pois trata-se de uma importante contribuição de um académico português para o esclarecimento do público não especializado acerca do que é a filosofia e da mais-valia que competências e conhecimentos filosóficos podem trazer a todos.
Já não há desculpas para não saber (nem sequer pelo preço: €3,15)! Obrigatório.

Uma síntese do problema do cepticismo

(daqui)
«A dúvida filosófica surge quando começamos a reflectir sobre como sabemos o que achamos que sabemos. Considere a minha crença de que tenho duas mãos. Porque acredito nisto? Bom, eu sinto-as e vejo-as. Contudo, não poderia a minha experiência ser ilusória? Afinal, os padrões de estimulação eléctrica que estão a ser fornecidos ao meu cérebro pelos meus olhos, ouvidos e outros órgãos sensoriais podiam estar a ser fornecidos por um supercomputador através de um programa de realidade virtual. Se esses padrões de estimulação fornecidos pelo meu cérebro fossem exactamente iguais, as experiências que eu teria em consequência desles presumivelmente também seriam iguais. Eu não conseguiria distingui-las. Aquilo que eu achava ser o mundo real seria na verdade uma complexa ilusão gerada informaticamente, como no filme “The Matrix”. Mesmo o corpo que eu pareceria ter seria virtual.

Então como posso saber que não estou realmente ligado a um computador? Aliás, como posso saber que existe um mundo fora da minha mente? Mas se eu não sei isso, como posso saber que tenho realmente duas mãos? O cepticismo levanta estas dúvidas como desafio filosófico.
(…)
A conclusão tirada pelo céptico não é: “não podemos ter a certeza dos nossos juízos quotidianos, embora provavelmente eles sejam verdadeiros”. O céptico salienta que realmente temos poucas razões ou nenhumas para supor que esses juízos são verdadeiros. Parece que, se o céptico tiver razão, não temos mais razões para supor que o mundo que nos rodeia é real do que para supor que é uma complexa ilusão. (…)

É importante salientar que o céptico não afirma que sabe que ele, ou você, esta a ser enganado por um supercomputador. O que ele diz é que não temos maneira de saber se estamos ou não a viver uma realidade genuína. Para o céptico, a probabilidade de você estar a percepcionar um mundo real não é maior nem menor do que a de ser tudo falso.»

Stephen Law, Filosofia – guias essenciais (Porto: Dorling Kindersley/Civilização Eds, 2009) 51, 52.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Condição necessária e condição suficiente

«Se p é uma condição necessária de q, então q não pode ser verdadeira sem que p seja verdadeira. Se p é uma condição suficiente de q, então, dada a verdade de p, q também é verdadeira. Assim, saber curvar bem é uma condição necessária, mas não suficiente, para conduzir bem, uma vez que uma pessoa pode saber curvar bem, mas conduzir mal por outras razões. Se não se tiver em atenção a distinção, podem resultar confusões. Por exemplo, a afirmação de que A causa B pode ser interpretada como significando que A é, por si só, uma condição suficiente de B, ou apenas que é uma condição necessária de B (...).»

Simon Blackburne, Dicionário de Filosofia (Lisboa: Gradiva, 1997) 75.