No seu livro Os Problemas da Filosofia, Bertrand Russell ilustra de forma irónica, tipicamente britânica, o problema da indução. Pede-nos que imaginemos um peru a quem o agricultor dá todos os dias de comer. O peru acostuma-se a isso e, cada vez que vê aparecer o agricultor, espera receber a sua ração diária. Suponhamos que o peru é um bom indutivista e não quer precipitar-se nas suas conclusões. Dedica-se, portanto, a recolher pacientemente dados sobre o assunto que mais lhe interessa – a hora da refeição. Finalmente, face à regularidade com que sucedem os fenómenos, o peru acaba por inferir que sempre que aparece o agricultor recebe a sua ração de alimentos.
Estamos no Dia de Acção de Graças e o peru pavoneia-se de contente com a sua descoberta. Não imagina, porém, que, nesse dia, o agricultor que esteve a alimentá-lo até então, em vez de he dar de comer, lhe torcerá o pescoço, metê-lo-á no forno e o comerá!
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