1.
«Sim podemos estar a viver, hoje, sob o efeito de sombras ou aparências, como as que se refere Platão na “Alegoria da Caverna”, ou de ilusões, análogas às provocadas pelo supercomputador no filme “The Matrix”. Sobretudo por três aspectos que eu acho que são aqueles que nos influenciam, as ditas “sombras” são: a retórica, a publicidade e a sociedade em que vivemos.
Irei começar pela sociedade que é uma influência derivada dos pensamentos das pessoas, ou seja, vivemos hoje numa sociedade materialista que dá muito valor ao dinheiro e à aquisição de bens. Se formos ver uma tribo de hindus o mais essencial não é o dinheiro mas sim o espírito de entreajuda e não possuir bens. Nós somos bastante influenciados por esta sociedade. Sejamos francos: quem não gostaria de ter um Ferrari, uma mansão, um iate, um avião privado, resumindo, ser rico. Mas será que isto é que nos trará a felicidade a longo prazo e não instantânea? Estamos a ser ignorantes sabendo que a verdade, ou seja, que o mais importante não é o dinheiro mas sim o amor, amizade e a entreajuda.
Vamos agora à publicidade que é um óptimo exemplo de manipulação das pessoas. A publicidade influencia muitas pessoas, porque apela aos sentimentos, ou seja, ao Pathos, o que leva muitas vezes as pessoas a adquirir o produto que está a ser publicitado. Mas de quem é a culpa deste engano: das pessoas ou dos publicitadores? A culpa é dos dois, pois os publicitadores têm que apresentar a publicidade, mas sem manipular as mentes das pessoas. Por outro lado, os consumidores também têm culpa, pois têm que ser espertos o suficiente para ver o que é bom, se estão ou não a ser manipulados e a serem críticos em relação ao que vêem. Pois a publicidade ilude o consumidor e leva o auditório/consumidores a aceitar sem questionar a publicidade. Ainda existem os argumentos de autoridade, que se inserem muitas vezes nas publicidades, ou seja, o Ethos. Por exemplo, numa publicidade do banco BES, aparece o Cristiano Ronaldo, jogador de futebol, e ainda ouço dizer “se está lá o Cristiano Ronaldo é porque é verdade que é bom”. Estas pessoas são ignorantes por quererem. Para já ele não é um entendido da matéria e ainda possivelmente ele nem conta tem lá no banco, só o puseram lá na publicidade para atrair a atenção por ele ser famoso, não por perceber de bancos.
Agora o elemento mais poderoso em termos de nos criar as ditas “sombras” é a retórica. É um mundo que nos envolve a mente com persuasões e manipulações, que nos fazem quebrar muitas vezes para as teses apresentadas. Mas atenção, há dois tipos de retórica: a retórica com um bom uso ético e um mau uso ético. O bom uso ético é: convence com boas razões; é considerada uma retórica “branca”, ou seja, no fundo, como base, utiliza as razões, ou seja, o Logos. Enquanto a retórica não ética, no fundo, como vimos na publicidade, o seu intuito é manipular, quer iludir e levar a aceitar uma tese e fá-lo baseando-se, sobretudo, no Pathos e no Ethos. Mas atenção não estou a discriminar a retórica, acho a retórica formidável e muito poderosa, mas deve ser usada com moderação e que tenha como base boas razões. Na antiga Grécia utilizavam a retórica com a utilidade de discutirem de forma ética não com intenção de manipular, mas sim convencer com base nas boas razões.
Portanto, acho que somos influenciados por “sombras” tal como apresentei na minha tese. Mas nós, ser humano, ser intelectual com capacidade de pensar, temos que muitas vezes desprender-nos e sair do nosso círculo, pois fora dele está a verdadeira verdade/conhecimento. Porém, há quem queira ficar ignorante para sempre no interior do círculo. É uma escolha. Mas quererá essa pessoa ser ignorante toda a vida?»
(Ivan Morais 11ºE)
2.
«Os conceitos aparência e realidade são o contrário um do outro. No entanto, apenas uma pequena barreira os separa. Daí que seja difícil distingui-los.
«Os conceitos aparência e realidade são o contrário um do outro. No entanto, apenas uma pequena barreira os separa. Daí que seja difícil distingui-los.
Admitimos que este mundo, o mundo em que vivemos é a realidade. E porquê? Porque simplesmente é o que parece. Mas afinal é ou parece que é? Esta é a grande dúvida. É ela que nos faz sair do estado de ignorância. É ela que nos abre a porta para o caminho da verdade. Pois, se nunca questionarmos nunca saberemos a verdade.
Então, como poderemos saber se vivemos num mundo real ou num mundo ilusório? Se tudo não passar de uma ilusão, nós não teremos percepção disso. Os nossos sentidos estariam a enganar-nos e a dar-nos a ideia de que se tratava da realidade. Assim, teria de existir uma entidade superior capaz de nos controlar, de tal forma, que nos fizesse acreditar que a ilusão era real.
Na minha opinião, esta hipótese é bastante plausível. Pois, quantas vezes nos acontece estarmos a sonhar e pensarmos que se trata de uma situação real? Inúmeras vezes, de facto. Então, poderemos estar a viver numa espécie de sonho permanente. Esta hipótese parece ser bastante radical, mas poderá ser verdade.
Deste modo, penso que é possível que estejamos a viver sob o efeito de sombras ou aparências como Platão refere na “Alegoria da Caverna” ou de ilusões semelhantes às que o supercomputador gera no filme “The Matrix”.»
(Ana Luísa 11.º A)
3.
«A nossa consciência é um pequeno pau a boiar num oceano da inconsciência.»
«[O filme “The Matrix” e a “alegoria da caverna”] de Platão faz-nos pensar e bem... e nós começamos a escavar um buraco para tentar chegar ao ouro...ao conhecimento...à verdade...à liberdade.»
(Mikael, 11.º A)
4.
«O ser humano na sua vida deve pensar em perguntas como “o que é o conhecimento?” e “será que estamos a ser controlados nas nossas acções e que isto tudo não passa de uma grande ilusão?”, mesmo que não seja possível obter respostas concretas, porque assim, mesmo que nunca soubermos a resposta, sabemos que não nos contentamos em viver permanentemente num estado de ignorância.»
(Luís 11.º A)
5.
«Também hoje em dia, tal como no filme [“The Matrix”] e na alegoria [da caverna], todos nós vivemos numa suposta realidade que nunca questionamos e que nos é imposta através da retórica sem sequer darmos por isso, pois não pensamos nem no que é a realidade nem naquelas realidades que nos são "impingidas". Estas realidades ilusórias são-nos transmitidas através de toda a sociedade idealista, da televisão, da internet e de tudo aquilo que utiliza retórica para entrar em contacto connosco.
Concluindo: também nós, tal como os prisioneiros da caverna e a humanidade retida no “matrix”, estamos a viver uma realidade ilusória, construída de ilusões, crenças e paixões, que nos é transmitida pela sociedade e meios de comunicação através da retórica.»
(Ana Rafaela 11ºC nº2)
6.
«Se pensarmos, quantas pessoas, quantas mentes brilhantes chegam a morrer sem nunca se terem questionado, sem nunca terem procurado o conhecimento, sem terem contemplado a realidade? E quantos de nós, se nunca passássemos agora pela escola, se não tivéssemos Filosofia, quantos de nós morríamos sem nunca termos sequer pensado que aquilo que estamos a viver pode ser apenas uma ilusão?
Mas quem tem a possibilidade de sair deste mundo de aparências, de descobrir afinal o que é a realidade, de questionar aquilo que até agora toma como certo? Esta libertação não é possível sem existir o conhecimento, pois é a busca deste que permite que os seres humanos se libertem do mundo ilusório, de um mundo que está preso à ignorância.»
(Ana Rita 11.º D)
7.
«Como alguém disse: "nascemos na prisão e libertamo-nos quando adquirimos a verdade", o problema consiste em saber se algum dia nos vamos chegar a libertar, porque num mundo de facilitismos, penso que encontrar a verdade e descobrir o que de facto é real e verdadeiro não nos interessa ou não nos convém.
Uma coisa que eu considero que também nos ilude um pouco e ao qual somos muito ligados, não por querermos mas sim porque somos quase que obrigados, é a publicidade e a televisão em si, que nos transportam para um mundo que não é o nosso, onde tudo de bom acontece, e as coisas aparecem sempre bem feitas, quando na realidade os finais (quase) nunca são felizes.
Acho também que nós passámos a vida inteira aprisionados a todas as ideias pré-feitas, a mitos e coisas do género que nos impedem de ver a realidade, ficamos aprisionados à comodidade e uma felicidade momentânea que é muito mais simples de ser conseguida o que também nos remete para as sombras.
Uma coisa que eu considero que também nos ilude um pouco e ao qual somos muito ligados, não por querermos mas sim porque somos quase que obrigados, é a publicidade e a televisão em si, que nos transportam para um mundo que não é o nosso, onde tudo de bom acontece, e as coisas aparecem sempre bem feitas, quando na realidade os finais (quase) nunca são felizes.
Acho também que nós passámos a vida inteira aprisionados a todas as ideias pré-feitas, a mitos e coisas do género que nos impedem de ver a realidade, ficamos aprisionados à comodidade e uma felicidade momentânea que é muito mais simples de ser conseguida o que também nos remete para as sombras.
(…)
Portanto, penso, obviamente, que estamos presos a ilusões e sombras como sempre estaremos: o ser humano é um ser comodista e enquanto assim for o Matrix e a Alegoria da Caverna vão servir para explicar na perfeição a condição humana perante o conhecimento.»
(Patrícia 11.º D)
8.
«Não podemos afirmar que aquilo que sabemos, ou seja as nossas crenças, seja realidade, pois neste momento eu posso estar a ser controlado por um supercomputador, em que fui programado para dever fazer o que o professor de filosofia me mandou, sendo este também programado, para me mandar fazer este trabalho. Se eu quiser posso não fazer o trabalho de filosofia, mas se não o fizer não tenho culpa, pois fui programado por este tal supercomputador, acarretando depois com as consequências que ele me impôs, como por exemplo o professor de filosofia dar-me uma má nota, ou podendo também ocorrer o contrário em que o professor de filosofia me daria uma alta nota, pois foi programado para isso. Se calhar na realidade dele, no que ele sentia, ele não sabia que estava programado, mas poderia por exemplo ter uma certa pena de mim, dando-me assim uma alta nota, e ao mesmo tempo ele e eu sermos iludidos por o supercomputador, e acreditarmos que aquilo era a realidade, pois o sentimento de “pena” na verdade existe, se é que existe a verdade.»
(Paulo Alvadia 11.º D)
9.
«Sim, porque se nós estivéssemos realmente a ser controlados por um "supercomputador" (como o do Matrix) ou qualquer outra coisa com a mesma função, tudo aquilo que descobrimos até hoje seria porque essa coisa queria que nós descobríssemos, e se nós até hoje nunca encontramos nada que provasse que somos controlados por um ser/coisa superior, seria porque ela não queria que nós soubéssemos. Nunca podemos ter nada como certo por muito que o mundo em que vivemos nos pareça 100% real.
Será que se estivéssemos a ser controlados o mundo não nos parecia 100% real à mesma? E para esta questão não vale uma resposta como: ninguém nos controla porque sou eu que decido o que faço ou ninguém nos controla, porque nunca vi nada em contrário. A pergunta é se é possível, e neste mundo tudo é possível, porque se é possível um computador controlar-te através dos impulsos eléctricos do cérebro, então também e possível que as ideias que te chegam ao cérebro não sejam tuas, então também é possível que vivas num mundo de ilusões, também é possível que a terra não exista, que não passes apenas de dados de um jogo de computador em que o jogador decide aquilo que tu vais fazer. A verdade é que tudo é possível, e tanto agora podemos ser uma espécie muito avançada e o único planeta com vida, como um dos muitos mundos no universo e sermos marionetas de um outro. Então aí veríamos que tudo aquilo que "nós" (maioria) entendemos como real, seria apenas um monte de feno que alguém nos pôs a frente e nós, feitos burros, comemos.»
(Júlio Reis 11ºD)
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