Eis uma das teses mais interessantes de Michel Meyer, filósofo proeminente da chamada "Escola de Bruxelas" e um dos responsáveis (a par, entre outros, de Chaïm Perelman) pelo movimento contemporâneo da "Nova Retórica", que deu lugar a uma verdadeira reabilitação filosófica da retórica, salientando o seu interesse e relevância, não só para a argumentação em geral, mas em particular para a própria filosofia:
«A retórica é o encontro dos homens e da linguagem na exposição das suas diferenças e das suas identidades. Eles afirmam-se aí para se encontrarem ou para se repelirem, para encontrarem um momento de comunhão ou, pelo contrário, para evocarem essa impossibilidade e verificarem o muro que os separa. (…) Daí a nossa definição: a retórica é a negociação da distância entre os sujeitos. Esta negociação acontece pela linguagem (ou, de modo mais genérico, através da – ou de uma – linguagem), pouco importa se é racional ou emocional (…). Daí a definição geral que agora propomos: a retórica é a negociação da distância entre os homens a propósito de uma questão, de um problema.»
Michel Meyer, Questões de Retórica (Lisboa: Edições 70, 1998) 26-27.
"A retórica é o encontro dos homens e da linguagem na exposição das suas diferenças e das suas identidades."
ResponderEliminarachei esta frase emblemática pois revela bem o que é a retórica. com ela (retórica) podemos demonstrar uma identidade para determinado assunto em que, dependendo muito do uso que desta fizermos e do assunto, existirá quem se identifique e quem tenha uma identidade distinta.